Os móveis hospitalares são mais do que acessórios, eles influenciam em temas como:
- A segurança do paciente, por meio da ergonomia e da adequação às normas;
- A eficiência do trabalho da equipe assistencial, que tem expectativas por móveis funcionais, ergonômicos e de fácil manuseio;
- A ambientação hospitalar, quando alinhados ao projeto arquitetônico.
Camas, macas, mesas de cabeceira, mesas de refeição e auxiliares. Também poltronas e sofás são apenas alguns exemplos que impactam diretamente no dia a dia de um hospital.
Neste artigo, reunimos dicas práticas para apoiar gestores hospitalares, engenheiros clínicos e arquitetos na tomada de decisão sobre como escolher móveis hospitalares de forma segura e eficiente.
Sobre o que vamos falar:
1. Verifique a conformidade com normas e regulamentações
Antes de qualquer aquisição, é essencial confirmar se os móveis hospitalares atendem às normas brasileiras aplicáveis. Alguns pontos de atenção:
- RDC 50/2002 (ANVISA) – trata de requisitos para ambientes hospitalares;
- RDC 15/2012 (ANVISA) – Dispõe sobre requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde;
- RDC 07/2010 (ANVISA) – Estabelece padrões mínimos para o funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva;
- ABNT NBR IEC 60601-1 – Requisitos gerais para segurança básica e desempenho essencial para equipamentos eletromédicos;
- ABNT NBR IEC 60601-2-52:2013 – estabelece Requisitos particulares para a segurança básica e o desempenho essencial das camas hospitalares;
- Boas práticas de biossegurança – superfícies laváveis, resistência a desinfetantes e design que evite acúmulo de sujeira.
Por exemplo, optar por uma cama que atenda à norma IEC 60601-2-52:2013 é essencial para garantir a segurança do paciente. Essa regulamentação estabelece critérios como:
- Altura mínima das grades laterais de 220 mm acima do colchão, cobrindo mais de 50% do comprimento do leito;
- Espaçamento inferior a 60 mm entre as grades laterais e entre cabeceira/peseira e grades;
- Aberturas embutidas nas grades, cabeceira e peseira com dimensões menores que 120 mm e limitação de outros espaços que possam representar risco de aprisionamento do pescoço, tórax ou cabeça.
Essas especificações visam reduzir significativamente os riscos de acidentes e proporcionar maior proteção ao paciente durante o uso.
Outro aspecto relevante na avaliação de camas hospitalares é o sistema de compensação abdominal. Esse recurso realiza um ajuste no dorso durante a movimentação da cama, o que minimiza a pressão exercida sobre o abdômen e reduz o risco de deslocamento involuntário do paciente sobre o colchão. Essa tecnologia contribui diretamente para o conforto e segurança do paciente, especialmente em situações de longa permanência ou mobilidade reduzida.
2. Critérios técnicos de avaliação
- Ergonomia: É fundamental envolver o corpo assistencial na avaliação de soluções que promovam um ambiente de trabalho ergonômico. A adoção de camas elétricas, mesas com altura ajustável e cadeiras ergonômicas para a equipe contribui significativamente para a redução de lesões ocupacionais e melhora a experiência do paciente;
- Conectividade: Com o avanço constante das tecnologias, torna-se essencial acompanhar as inovações disponíveis no mercado — como as camas hospitalares equipadas com sistemas de conectividade para monitoramento remoto diretamente do posto de enfermagem. Por meio de sensores integrados, é possível programar protocolos que permitem o controle de diversos parâmetros, como:
- Altura da cama e posição das grades laterais;
- Presença do paciente no leito;
- Posição corporal e inclinações (incluindo dorso e Trendelemburg);
- Controle dos freios;
- Peso do paciente e tempo decorrido desde a última mudança de decúbito.
Esses recursos oferecem uma gestão mais precisa e proativa, contribuindo diretamente para a segurança e bem-estar do paciente. Entre os benefícios estão: Prevenção de quedas; Redução de complicações pulmonares; Estímulo à circulação sanguínea e prevenção de úlceras por pressão.
A integração entre tecnologia e cuidado clínico representa um avanço significativo na qualidade da assistência hospitalar.

- Durabilidade: Priorize materiais de alta resistência e longa vida útil, como aço inoxidável, pintura epóxi e rodízios reforçados. Esses componentes garantem maior confiabilidade e menor necessidade de manutenção;
- Capacidade de carga: Em parceria com o corpo clínico, é fundamental realizar uma análise detalhada do perfil dos pacientes atendidos, garantindo que os móveis hospitalares sejam compatíveis com as diferentes necessidades e faixas de peso. Essa avaliação é essencial para evitar sobrecargas, falhas estruturais e riscos à segurança. Existem modelos de camas com capacidade de carga de trabalho que variam entre 180 kg e até cerca de 500 kg. Por isso, é imprescindível considerar as características específicas da população atendida pelo hospital ao selecionar os Móveis, assegurando que o modelo escolhido ofereça resistência, funcionalidade e segurança adequadas.
- Higienização: Opte por mobiliário que facilite a limpeza completa, com superfícies lisas, sem botões no caso de poltronas e sofás, de fácil acesso e desmontagem. Isso contribui para o controle de infecções e a manutenção de um ambiente seguro.
Investir em móveis hospitalares de baixa qualidade pode gerar custos elevados com substituições ou manutenções frequentes e representar riscos à segurança da equipe e dos pacientes. Qualidade e funcionalidade devem caminhar juntas na escolha do mobiliário hospitalar.
3. Analise o custo-benefício e não apenas o preço
Na aquisição de móveis hospitalares, o preço de compra não deve ser o único critério. Inclua na análise:
- Vida útil estimada: Priorize a aquisição de mobiliário hospitalar com estrutura reforçada e vida útil prolongada, capaz de suportar o uso contínuo em ambientes de alta demanda. Essa escolha contribui para a redução de custos com substituições frequentes e garante maior confiabilidade ao longo do tempo;
- Garantia oferecida pelo fabricante: Durante o processo de aquisição, recomenda-se negociar a extensão da garantia além do período padrão de 12 meses. A inclusão de manutenções preventivas e corretivas nesse acordo pode representar uma economia significativa para o hospital ao longo do tempo, reduzindo custos com reparos não planejados e aumentando a vida útil dos móveis;
- Disponibilidade de principais peças: É fundamental que o fornecedor mantenha em estoque, preferencialmente em local próximo ao hospital, os principais componentes e peças de reposição dos móveis adquiridos. Essa medida permite que eventuais manutenções sejam realizadas com agilidade, evitando a indisponibilidade de leitos e garantindo a continuidade dos cuidados ao paciente sem interrupções;
- Serviços de assistência técnica e suporte: A empresa fornecedora deve contar com uma equipe técnica qualificada e dimensionada adequadamente, capaz de realizar manutenções corretivas e preventivas com agilidade. Essa estrutura é essencial para minimizar o tempo de resposta e evitar que leitos fiquem indisponíveis, garantindo a continuidade dos atendimentos e a segurança dos pacientes;
- Custos de manutenção ao longo do tempo: Para mobiliários com tecnologia embarcada — como camas elétricas — é essencial que os custos de manutenção preventiva e corretiva sejam claramente negociados no momento da aquisição. Essa antecipação evita gastos inesperados no futuro e permite ao hospital planejar melhor seus recursos, garantindo a continuidade dos serviços com previsibilidade e segurança operacional.
Móveis de baixo custo podem representar um investimento inicial menor, mas tendem a gerar despesas recorrentes com manutenção e substituições. Por outro lado, optar por modelos de maior qualidade garante maior durabilidade e retorno a longo prazo.
4. Ambientação e interface com a arquitetura hospitalar
A ambientação hospitalar é parte do tratamento. Cores adequadas, móveis funcionais e layout bem planejado fazem diferença no bem-estar do paciente.
- Cores: Tons claros e neutros são frequentemente associados à sensação de limpeza e organização, sendo ideais para ambientes clínicos. Já cores mais quentes, bem como elementos decorativos lúdicos ou temáticos — especialmente voltados ao público infantil — podem ser aplicados em áreas pediátricas, contribuindo para a humanização do espaço, acolhimento emocional e bem-estar dos pacientes;
- Materials: Utilize madeira laminada em áreas administrativas, onde o foco está na estética e conforto visual, e acabamentos laváveis nas áreas assistenciais, garantindo facilidade na higienização e conformidade com os protocolos de controle de infecção.
A escolha dos móveis deve estar integrada ao projeto arquitetônico. Isso influencia não apenas na estética, mas também no bem-estar do paciente.
5. Conte com apoio técnico especializado
Muitas instituições enfrentam dificuldades para padronizar móveis hospitalares entre diferentes setores. Nesse cenário, contar com apoio de engenharia clínica e hospitalar garante que as escolhas estejam alinhadas com:
- Análise técnica de conformidade com normas;
- Apoio na padronização de mobiliário para diferentes setores;
- Estudo de custo-benefício considerando manutenção ao longo da vida útil.
A Equipacare Engenharia atua oferecendo suporte técnico para hospitais e clínicas em todas as etapas da aquisição e gestão de mobiliário hospitalar.

Conclusão
A aquisição de móveis hospitalares deve ser tratada como decisão estratégica, integrando aspectos técnicos, financeiros e arquitetônicos. Escolhas bem planejadas reduzem custos, aumentam a vida útil dos móveis e melhoram a experiência de pacientes e profissionais.
Com apoio técnico da Equipacare Engenharia, sua instituição pode tomar decisões mais assertivas, garantindo durabilidade, ergonomia e harmonia arquitetônica em cada ambiente hospitalar.