É sabido que são muitos os desafios da Engenharia Hospitalar, que tornam a construção de espaços clínicos e hospitalares verdadeiros quebra-cabeças. Como este assunto é de nosso grande interesse, achamos importante publicar aqui uma matéria produzida recentemente pelos nossos amigos da Salix Engenharia que aborda o tema elencando os 8 principais desafios da Engenharia Hospitalar.
Sobre o que vamos falar:
Os desafios da Engenharia Hospitalar
Projetos de arquitetura, construção e gerenciamento de obra possuem grandes desafios, como prazos exíguos, dificuldades tecnológicas e escassez de mão de obra especializada. Neste contexto, podemos destacar o setor hospitalar como aquele cujas particularidades de projeto tornam a edificação ainda mais complexa e desafiadora.
Os profissionais de engenharia e arquitetura encontram significativas diferenças entre projetos de estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) quando comparados a projetos comerciais ou residenciais, o que reforça a importância de compor a equipe de coordenação com profissionais qualificados e com experiência no setor de engenharia hospitalar.
Conheça a seguir os oito desafios da engenharia hospitalar e saiba como assegurar o sucesso do seu projeto.
Controle de Infecções
Os projetos de ampliação e reforma deverão ser avaliados pela CCIH (Comissão de Controle de Infecção Hospitalar) do estabelecimento assistencial de saúde (EAS) ou por um profissional qualificado externo para verificar, entre outros detalhes, o impacto da intervenção civil no funcionamento do EAS, medidas para evitar a propagação de particulados durante a obra, áreas para higienização das mãos, climatização e filtragem do ar e materiais de acabamento adequados que permitam a fácil higienização, mitigando assim potenciais fontes de infecção.
Instalações Especiais
Estabelecimentos hospitalares possuem grande complexidade nas instalações e alguns itens exclusivos para este tipo de construção, tais quais: gases medicinais, instalações elétricas especiais supridas por um sistema IT Médico e sistema de chamada de enfermagem. Torna-se imprescindível assegurar a confiabilidade, segurança e qualidade da energia elétrica, fazendo-se uso de sistemas de emergência e back-up como, por exemplo, geradores e nobreaks.
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Plano Diretor Hospitalar
Muitos hospitais organizados possuem um conjunto de normativas que propicia o funcionamento harmonioso do EAS, contendo aspectos assistenciais, tecnológicos, administrativos e socioeconômicos. Este documento é chamado de Plano Diretor Hospitalar e deve ser obedecido rigorosamente durante as intervenções civis.
Normas Técnicas Exclusivas
A Engenharia Hospitalar exige o conhecimento de normas técnicas de engenharia específicas, como: NBR 13534 – Instalações elétricas em estabelecimentos de saúde – Requisitos para segurança, NBR 7256 – Tratamento de ar em estabelecimentos assistenciais de saúde – Requisitos para projeto e execução das instalações, entre outras.
Vigilância Sanitária
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), através da Vigilância Sanitária local, garante a fiscalização, orientação e posterior aprovação do alvará sanitário dos EAS. É imprescindível que a equipe que coordena o projeto possua conhecimento das regulamentações e normas da ANVISA, sobretudo a RDC nº 50, que dispõe sobre diversas particularidades que nortearão a avaliação e aprovação do projeto.
Planejamento da Manutenção
A criação de andares ou áreas técnicas, shafts e forros técnicos visitáveis é fundamental para facilitar a manutenção dos sistemas, visando a manter os suprimentos das utilidades ininterruptos, essenciais em algumas áreas hospitalares. A elaboração do projeto “as built” fiel ao executado é mais um item de suma importância. Projetos modulares, os quais permitem previsibilidade no caminhamento das instalações e na estrutura da edificação são fundamentais para a manutenibilidade das clínicas e hospitais e, além disso, permite flexibilidade para que o estabelecimento realize expansões para atender aos avanços tecnológicos da medicina ou ao acréscimo no número de pacientes.
QUER EQUIPAR? EQUIPACARE!
Mobilidade
Apesar de a acessibilidade ser um item normativo e, logicamente intuitivo quando se imagina um ambiente hospitalar no qual um relevante número de usuários possui dificuldade de locomoção pelas mais diversas enfermidades, na prática não é o que se verifica nos estabelecimentos de saúde do Brasil. Por isso, a mobilidade deve ser assunto primordial na concepção e execução do projeto, adotando corredores e elevadores amplos, instalação de corrimãos e apoios e rampas pouco acentuadas.
Humanização
A humanização é talvez o item mais amplo e importante, o qual passa pela iluminação do ambiente, áreas verdes, eficiência da instalação, baixo nível de ruído, privacidade, bem-estar dos usuários e segurança de todos os envolvidos, fazendo com que as clínicas e hospitais se tornem mais saudáveis e sustentáveis. Este quesito norteia a equipe do projeto e reforça que o impacto de ações equivocadas em EAS não causam apenas prejuízos financeiros, mas acima de tudo prejuízos à vida humana.
Uma boa prática é realizar reuniões para discussão e apresentação dos projetos das EAS juntos às equipes que trabalham no hospital.
Como já citado no texto: a equipe de CCIH, de TI – que orientam em relação às instalações que estão sendo previstas, mas também o SESMT, a Coordenação de Higienização – que sempre atentam para questões como presença de ralos nos ambientes, materiais que serão aplicados nas superfícies e pisos e que requerem cuidados de limpeza diferenciados; a Coordenação de Manutenção, que tem um olhar bastante prático em relação à viabilidade de manutenção do que está sendo projetado e que nem sempre é possível de ser visualizado pelo projetista.
Isso aí Renata! A verdade é que em geral, os hospitais estão sempre em espação. Portanto, faz todo sentido que haja constituída uma equipe multidisciplinar opinando sobre os projetos para agregar diferentes pontos de vista e conhecimento de quem vai trabalhar mesmo. Acredito que o maior desafio seja para novos hospitais em construção, quando não se tem ainda um corpo de colaboradores.
Obrigado por seu comentário!
Guilherme Xavier
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