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Reputação e Conduta Ética na Eng. Clínica e Hospitalar – Parte 1

Reputação e Conduta Ética

Para construir uma reputação respeitada no mercado são necessários alguns anos, mas ela pode ser destruída em pouco tempo – como um castelo de areia – caso ocorra alguma conduta questionável que manche a sua imagem. Portanto, mesmo que esteja dando tudo errado, continue fazendo o correto.

Pense na REPUTAÇÃO como seu maior patrimônio. Por isso, não apenas é preciso garantir que este “patrimônio” esteja protegido, como investir para que cresça sempre mais. Crises vem e vão, mas quando construímos uma forte rede de relacionamentos, erguida sobre uma reputação sólida, fica muito mais fácil obter apoio e novas oportunidades por toda a nossa vida profissional.

Esta questão tem total relação com as habilidades comportamentais, tema sobre o qual tenho abordado aqui no Blog Equipacare. Neste próximo post, trarei importantes aprendizados sobre REPUTAÇÃO e CONDUTA ÉTICA para área da engenharia clínica e hospitalar.

O post estará dividido em duas partes:

  1. Construção de reputação
  2. Conceitos sobre conduta ética

Desde já, desejo não somente que a leitura lhe agrade como que, de algum modo, contribua com sua carreira.

CONSTRUÇÃO DE REPUTAÇÃO

Reputação e Conduta Ética

Pense na REPUTAÇÃO como seu maior PATRIMÔNIO

Com a falta de tempo e muitas vezes de foco, a grande maioria dos profissionais não cuida da construção e manutenção da sua rede de relacionamentos.

Então, recorre à sua rede apenas quando precisa de algo e aí fica muito mais difícil pedir alguma ajuda quando, ao longo do tempo, não ofereceu nada que agregasse valor à sua rede.

Leia também: Atendimento Ao Cliente Na Engenharia Clínica E Hospitalar

Tenha certeza de que ao longo da carreira, ocorrerão dificuldades, imprevistos, crises e a falta de uma rede de relacionamentos pode fazer toda a diferença. Saiba que no mercado de trabalho atual, mais de 75% das colocações ou dos clientes são obtidos por meio da rede ativa de relacionamentos.

Você quer bons empregos, ou clientes, negócios e oportunidades? Então construa e cultive uma rede de relacionamentos inteligente por meio de interações colaborativas constantes.

A palavra de ordem é servir para ser servido. Vivemos na era da colaboração, das conexões, das redes sociais online e off-line e trabalhar sua rede com inteligência é fundamental.

E, como já foi dito, ao entender que a reputação é um patrimônio, vamos concordar que seu desenvolvimento requer INVESTIMENTO, em especial do seu tempo e dedicação. Vou listar abaixo alguns canais e estratégias onde você poderá investir na sua reputação.

PARTICIPAR DE ASSOCIAÇÕES E ENTIDADES DE CLASSE:

Uma ótima forma de estar em contato com diversos profissionais com interesses e desafios parecidos com os seus é fazer parte de associações e entidades de classe da sua área de trabalho e com as quais se identifica.

Estas entidades têm por missão promover o conhecimento e relacionamento entre seus associados, logo, são canais propositalmente pensados e administrados para estes objetivos. Portanto, faça parte de uma ou mais entidades representativas, e não apenas conhecerá muita gente boa do mercado, como terá grandes oportunidades de participar dos debates da sua área de atuação.

Mais do que isso, sugiro que considere investir seu tempo como voluntário. O que mais tem são críticos e “resmungões” de plantão para reclamar de quem está a frente destas entidades, mas profissionais bons e dispostos a ajudar são sempre poucos. Por isso, sua ajuda será bem-vinda e, como retorno, fará um investimento certo na sua reputação.

MINISTRAR PALESTRAS

Não fique esperando ser convidado! Se você possui um conhecimento que entenda possa ajudar outros profissionais, se disponibilize e ofereça seu conhecimento para as entidades e associações de classe mapeadas. Sempre há carência por novos temas de palestra e, após a pandemia Covid19, vimos um aumento nos eventos virtuais, facilitando a participação.

Além disso, muitas empresas e fabricantes organizam seus próprios eventos e, se você tiver uma boa relação com elas pode proativamente enviar uma lista de temas sobre os quais se sente confortável em compartilhar conhecimento.

Mas, mesmo dentro da organização onde você trabalha há oportunidades. Por que não se oferecer para ministrar uma palestra aos seus colegas? Tenho certeza de que seus superiores ficarão bem impressionados com esta atitude proativa e protagonista.

Palestrar em eventos é uma ótima oportunidade para criar reputação. Foto: Freepik

Sei que muitos de vocês vão dizer: “Ah, mas eu sou muito tímido para isso!” – Bem, acredito que você precisa refletir sobre esta postura. Já disse aqui no Blog em posts anteriores que não adianta SER e PARECER, você precisa APARECER para enfim ser reconhecido.

Há diversos cursos e profissionais que podem te ajudar a vencer o medo de palco e melhorar sua oratória. Mas, por hora, posso dizer com convicção que se trata de uma habilidade que pode ser treinada e desenvolvida.

Quem me vê hoje, dando aulas e palestras com desenvoltura, pode até pensar que é uma habilidade nata. Mas preciso contar que fiz três anos de aulas de teatro e, estou frequentemente estudando livros sobre boa comunicação (ou técnicas de vendas, que contempla muita comunicação).

Portanto, não fuja das oportunidades de apresentar seu trabalho, pelo contrário, se ofereça, se candidate! Quanto mais vezes fizer, mais confiante ficará.

ATUAÇÃO ACADÊMICA, DAR AULAS

Agora, se você já é um profissional sênior, com pós-graduação e anos de experiência prática, pense seriamente em dedicar um pouco do seu tempo ministrando aulas. Saiba que desenvolver relacionamento com as instituições acadêmicas é muito gratificante.

Primeiro, porque não tem melhor forma de aprender e se manter atualizado do que estar sempre ensinando. Em segundo, ao se relacionar com a academia, com os demais professores e com muitos alunos você desenvolverá muito a sua rede de relacionamentos.

Fora a beleza da missão: o Brasil precisa de bons mestres! E, sendo um professor devolverá ao mundo um pouco do que você aprendeu (sendo remunerado por isso).

COMPARTILHAR CONHECIMENTO NAS REDES SOCIAIS

Atualmente, com todas as redes sociais, há muitas outras formas de compartilhar seu conhecimento. Por exemplo, o que estou fazendo neste exato momento ao escrever este post: estou compartilhando aprendizados e investindo na minha rede de relacionamentos e reputação.

Tem bastante conteúdo na internet com dicas de como começar um blog e sobre como começar a escrever. Desde o básico, como definir sua persona (público), definir o padrão (tom de voz) e o cronograma editorial que seja possível de cumprir.

Mas, caso você entenda que posts escritos não são seu caminho, considere a possibilidade de compartilhar seu conhecimento por ÁUDIO, como em podcasts. Ou ainda, por VÍDEO, usando o YouTube, Reels do Instagram, ou outra plataforma.

O LinkedIn e o Instagram também são ótimas ferramentas para compartilhar conhecimentos. Cada uma delas requer abordagem própria, até mesmo sobre o tipo e tamanho do conteúdo. Mas, realmente, o que não falta hoje em dia são canais para você ENTREGAR VALOR para sua rede de relacionamentos.

Cuide de sua imagem pública. Se torne um influenciador na sua área.

PARTICIPAR DE EVENTOS DENTRO E FORA DA ÁREA

Participar de eventos, tais como feiras e congressos, é sempre uma ótima oportunidade de encontrar colegas e reforçar a rede de relacionamentos. Quem não é visto não é lembrado

E aqui, de novo, reforço a importância de se relacionar com as entidades de classe, associações e instituições acadêmicas. Muitos dos eventos são organizados por estas instituições.

Como empreendedor, eu também gosto muito de participar de eventos sobre empreendedorismo e conhecer profissionais e empresas de fora do meu mercado. Isto me traz visões de “fora da caixa”, e amplia meu networking. Gosto muito de eventos como Startup Weekend ou Hackathons e dos programas do InovativaBrasil ou do Sebrae. Além destes, a Endeavor promove os melhores eventos e conteúdos da área do empreendedorismo no Brasil.

Talvez você também se interesse por outros temas profissionais, que não os relacionados diretamente com a área de engenharia clínica e engenharia hospitalar, mas que façam sentido para construção da sua rede de relacionamentos ou que te ajudem a inovar no seu trabalho.

FAZER BENCHMARKING

O programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios, atração dos domingos de manhã desde 1988 costumava repetir a seguinte frase: “O segredo é a alma dos negócios”.

Foto: Freepik

Isto pode ter sido verdade quando o mercado era mais previsível e as mudanças ocorriam de forma mais lenta. Contudo, atualmente num mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo, o segredo NÃO é mais a alma do negócio… A alma do negócio são as CONEXÕES.

Isto significa que, se você tem uma boa ideia ou se desenvolveu uma melhoria, ao invés de guardar segredo com medo de ser copiado, vale mais a pena compartilhar e, deste modo, ter a oportunidade de validar ou receber sugestões que irão contribuir com aspectos que você não considerou.

Para falar a verdade, uma boa ideia não representa nem 10% do sucesso, porque mais de 90% vêm da sua capacidade de execução. Portanto, sou um grande defensor da prática de BENCHMARKING.

Segundo a Wikipedia, benchmarking é:

“(…) Um processo positivo através do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar a forma como realiza a mesma ou uma função semelhante. O processo de comparação do desempenho entre dois ou mais sistemas é chamado de benchmarking (…).”

Tenha o hábito de marcar visitas aos seus colegas de outras instituições, ou talvez, programe na sua agenda mensal ou semanal de tomar um café com outros profissionais. Nestes encontros, faça benchmark submetendo para crítica construtiva as suas ideias e suas práticas e assim, em contrapartida, conheça as práticas e ideias do outro. Somente assim poderá ter certeza se está no caminho certo. Para que gastar tempo tentando reinventar a roda, quando outros já tiveram os mesmos desafios que você?

O lema é servir para ser servido, neste caso, é preciso ceder informação para receber informação. Então, reafirmo, o segredo não é mais a alma dos negócios. São as conexões.   

COOPETIÇÃO: COMPETIÇÃO COM COOPERAÇÃO

Tudo bem, até que é fácil de se imaginar realizando benchmarking com outros colegas de profissão: você marca uma visita para conhecer o trabalho do colega, troca ideias sobre procedimentos, toma um café e se conectam pelo LinkedIn e WhatsApp…

Mas e quando você atua como gestor de uma EMPRESA e seus colegas com quem potencialmente poderia fazer benchmark são seus CONCORRENTES?

É neste momento que precisamos conhecer o conceito de COOPETIÇÃO. Trata-se de um neologismo cunhado para descrever a competição cooperativa, estratégia que vem sendo debatida no mundo dos negócios, mas que teve sua base na TEORIA DOS JOGOS.

Para quem quiser saber mais: um livro interessante sobre esse assunto é “Coopetição”, de Barry Nalebuff e Adam Brandenburger (professores de economia nas universidades de Harvard e Yale), que explicam como a teoria dos jogos pode ser aplicada aos negócios.

O conceito propõe às empresas buscar enxergas as possibilidades de cooperar com seus concorrentes nos campos do conhecimento, ou produção, ou distribuição – dentre outras possibilidades.

Não sou um estudioso do tema, como os notáveis autores acima, mas quero deixar minhas sugestões pessoais, como empreendedor e CEO que procura manter relação cordial e, quando há abertura, cooperativa com meus concorrentes: 

  1. Tudo começa pelo respeito à trajetória empreendedora do outro. Não é nem um pouco fácil criar e gerir negócios no Brasil onde 80% das empresas não duram mais do que cinco anos. Portanto, procure conhecer a trajetória do outro. Marque um café ou uma visita, conheça sua história. Isto é uma excelente forma de quebrar o gelo;
  1. Mesmo tendo orgulho de seu próprio negócio (“olhos de coruja”) o empresário só tem a perder em não procurar enxergar e reconhecer os méritos, pontos fortes e competências dos concorrentes. Se você reconhecer isto, já é meio caminho andado para a cooperação ou benchmarking. Neste caminho não há espaço para arrogância cega;
  1. Deste modo, risque completamente do seu repertório comercial declarações como “tal empresa não presta”, ou “que é ruim”. Há muita informação equivocada no mercado e, geralmente, vinda de quem tem algum motivo pessoal para falar mal. O respeito à trajetória do outro vem justamente para ajustar sua conduta pautada na cordialidade;
  1. E quando tiver oportunidade, declare respeito e admiração pelos pontos fortes do outro. Apesar de óbvio, é muito raro ver uma empresa elogiando os méritos da outra. Mas é só com esta atitude que abrirá caminho para o relacionamento;

Fazendo isso, o caminho estará aberto para buscar sinergias, oportunidades de cooperação, realizar benchmark de processos operacionais, e até mesmo quem sabe, minimizar aspectos indesejáveis do ambiente competitivo.

Para falar bem a verdade, é sempre bom receber elogios dos clientes, mas você só poderá ter certeza de que está mandando realmente muito bem, quando receber elogio dos seus concorrentes. Significa que você está se tornando benchmark em seu mercado.

E, afinal, o mundo é mesmo pequeno. Um concorrente hoje pode ser seu sócio, seu cliente ou seu empregador amanhã. Portanto, sua reputação importa até mesmo para isto.


Essa é a primeira parte do texto. Ficou curioso para saber mais? Inscreva-se no nosso blog e receba em primeira mão!

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