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12 fatores humanos na manutenção de equipamentos médicos

desenho de um homem com uma placa escrito fatores humanos na manutenção de equipamentos medicos dirty dozen

Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre os 12 fatores humanos que mais causam acidentes na manutenção e, é claro, saber como não cair nas armadilhas do comportamento humano conhecendo quais são os seus gatilhos. Afinal, errar é humano (será?).

Primeiramente vamos esclarecer a origem dos “DIRTY DOZEN”. Essa expressão é fruto de um amplo estudo que se originou na aviação após a segunda guerra mundial e que se consolidou nos anos 90, pois nas últimas décadas as aeronaves passaram por um grande avanço tecnológico que levou uma redução significativa dos acidentes com origem em falhas do equipamento (muito semelhante ao que vivemos com as tecnologias médicas).

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Tendo em vista essa semelhança, vamos traçar um paralelo para nossa atuação na área de manutenção de equipamentos médicos.

12 fatores humanos na manutenção de equipamentos médicos

Falta de Comunicação

Quem nunca de deparou com um equipamento que chega com uma etiqueta colada com a mensagem “com defeito”. Ou mesmo uma passagem de serviço entre turnos onde fica faltando, justamente, aquela informação que permitiria finalizar um reparo. A falta de clareza nos detalhes da informação entre o emissor e o receptor da mensagem acabam por transformar “alhos em bugalhos”.

Uma boa passagem de informação se dá quando o receptor consegue repetir o que lhe foi informado na frente do emissor. Tente praticar essa técnica de parafrasear para confirmar e garantir a comunicação efetiva.

Complacência

Também podemos chamar de excesso de maturidade profissional. Sabe o profissional antigão, que já passou por todas as situações possíveis e impossíveis? Pois é, normalmente se observa o comportamento de complacência nesse caso, caracterizado por um excesso de confiança de quem já executou determinada atividade várias vezes e acaba por burlar ou deixar de fazer determinado passo, afinal “sempre deu certo”.  Para evitar cairmos nesse gatilho é muito importante lembrar que aquele equipamento estará suportando uma vida e que qualquer discrepância poderá ser a origem de uma fatalidade.

Falta de Conhecimento

Reparar, ajustar ou consertar um equipamento sobre o qual não se tem conhecimento é dar muita chance ao azar. A imperícia, inclusive, pode gerar um processo na escala cível e criminal se for a causa de um evento adverso. Então, só devemos manutenir um equipamento médico com o treinamento devido ou sob a supervisão de um profissional habilitado tecnicamente.

Distração

Ah o celular!! Tantas notificações e desvios de atenção que mudam o foco do que estamos fazendo. De fato, qualquer distração durante um procedimento de manutenção pode ocasionar o esquecimento de uma etapa pular uma tarefa. Tais distrações devem ser cuidadosamente tratadas e, sabe a melhor forma? Voltar alguns passos atrás e refazer as últimas etapas sempre que você perceber que foi vítima do desvio de atenção.

Falta de Trabalho em Equipe

Vivemos em uma eterna polarização, seja pela política, pelo time de futebol, pela religião e até mesmo pelo “não fui com a sua cara”. Infelizmente, ao contrário da lei física, os polos opostos não se atraem! E, em um time, o melhor resultado se dá pelo entrosamento e por cada um dar o seu melhor em sua posição.

Uma boa dica aqui é melhorar o convívio extratrabalho, aquela confraternização sempre é bem-vinda, mesmo que seja para comer um salgadinho na barraquinha da Tia. Outra dica é aparar qualquer aresta ou conflito de relacionamento quando ele acontece, não permitindo que se acumule no efeito bola de neve.

Fadiga

Sabe aquele ímpeto de terminar um trabalho, custe o que custar, mesmo que ultrapasse horas e horas movido pela força da cafeína, ou só pela satisfação do dever cumprido? É uma boa sensação né, mas pode custar caro ao seu organismo! Respeitar os limites de descanso e as horas de sono, são fundamentais para que você tenha o foco e a concentração na execução da manutenção dos equipamentos médicos. Tenha certeza que a sensação de dever cumprido será bem maior com a certeza de não ter deixado passar nenhum detalhe por causa do cansaço.

Falta de Recursos

Sabe o “jeitinho”? Nós brasileiros somos orgulhosos da nossa capacidade de solucionar problemas utilizando recursos alternativos e uma criatividade que nem a NASA explica. Talvez a definição acima seja a melhor tradução para o que nós fazemos quando não temos os recursos necessários para a manutenção. Tal comportamento, além de comprometer a qualidade do equipamento, também gera uma enorme insegurança nos resultados.  O fundamental é sermos bem taxativos na realização do trabalho: ou fazemos do jeito certo ou não fazemos!

Pressão

Bem, aqui temos duas possibilidades:

  1. pressão externa que nos obriga a ter um alto desempenho num curto espaço de tempo. Para esse caso, uma boa política ou cultura de segurança deve ser implementada pela organização.
  2. A pressão auto induzida, quando o profissional possui um grau elevado de auto cobrança, seja por questões de afirmação ou compensação de pontos frágeis, neste caso a liderança deve identificar esse comportamento e conduzir o profissional a um desenvolvimento profissional.

Falta de Assertividade

Segundo o dicionário, assertividade é a característica de quem se expressa com segurança, demonstrando decisão em suas palavras; autoconfiança. Na manutenção de equipamentos médicos só podemos ser assertivos se nossos argumentos estão embasados em conhecimento técnico, manuais e normas. De outra forma, seremos inseguros no trabalho e nas nossas palavras.

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Estresse

No meio hospitalar estamos cercados por estressores, sejam eles FÍSICOS – provenientes do meio ambiente (frio, calor, etc….), PSICOLÓGICOS – provenientes do ser humano (relacionamentos, problemas financeiros) e FISIOLÓGICOS – relacionados ao bem-estar e clima organizacional (pressão, fadiga, etc….). Independentemente do tipo de estresse o melhor tratamento é cultivar hábitos de vida saudável para descarregar ou aliviar as tensões do dia a dia profissional.

Falta de Conscientização

Podemos resumir tal comportamento naquele indivíduo que chamamos de “o sem noção”, que não avalia bem os riscos de uma atividade e tão pouco as consequências de suas ações. Tal comportamento, bem perigoso, deve ser observado e tratado com capacitações e análise de riscos.

Normas

Bom, creio que a tradução do inglês NORM, não foi muito feliz em dar o real significado do comportamento. A palavra que melhor traduz seria NORMOSE, que vem a ser um conjunto de conceitos e hábitos de pensar ou agir que são aprovados pela maioria. Ou seja, se há uma prática que a maioria atesta, também vou fazer.

Esse comportamento pode ser bem prejudicial por ser coletivo. Logo, um olhar novo deve ser dado as atividades. Uma prática indicada é o benchmarking ou visita de profissionais externos que executam trabalhos semelhantes.

Finalizando

Conhecer mais sobre os fatores humanos que impactam nos resultados do trabalho e, em especial, na execução das atividades de manutenção de equipamentos médicos, é uma excelente forma de pensar, planejar e agir em prol da segurança e efetividade.

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